leer en españolread it in English Eu costumava saber exatamente onde tinha lido algo. Uma frase, uma ideia, uma passagem marcante — minha mente a fixava em um ponto da página, à esquerda ou à direita, em cima ou embaixo. Recuperá-la era um ato físico, tanto sobre localização quanto sobre idioma. Folheando um livro, eu quase conseguia sentir onde ele estava.O tal de scrolling apagou tudo isso.No fluxo vertical infinito do texto digital, cada seção parece a mesma. Não há pontos de referência fixos — apenas um fluxo uniforme de palavras, despojado de identidade espacial. Claro, temos ferramentas de busca agora, oferecendo recuperação instantânea com o toque de uma tecla. Mas há um porém: a busca aumenta o viés de confirmação. Não tropeçamos mais no conhecimento; caçamos apenas o que se alinha com o que já acreditamos.Nem sempre foi assim. Quando estudei em Cambridge, os livros da biblioteca eram organizados por altura, não por assunto. Para maximizar o espaço na estante, volumes de...