Como a crisálida,
por Fernando Carmino Marques
leer en español Há momentos que se pudéssemos nunca teríamos vivido. Outros há que por vontade própria gostaríamos de recompor para que memória que deles guardamos fosse sempre agradável aos nossos sentidos. Como a crisálida, confiante na delicadeza do seu colorido, espera poder atordoar o sol e ouvir o breve gemido da flor, há momentos em que gostaríamos de derrocar os muros onde encarceramos a nossa imaginação para poder enfim alcançar a outra margem do rio, ser levados até ao mar, esse inominável infinito, onde nos espera a incerteza que é tudo. Esses são aqueles momentos que adiamos para amanhã, ou talvez para aquele depois de amanhã, que sabemos ser sempre amanhã, e deixam em nós a enfadonha sensação de ser deveras o que valia a pena.
Fernand...






