O mundo virou de cabeça para baixo. A ciência inverteu seu método. Antigamente a física funcionava assim: Primeiro a teoria, depois a prova.
O bóson de Higgs levou cinquenta anos para ser confirmado. Limpo. Caro. Lento.
Em 81, os genes levaram um tiro de escopeta. Como resultado, o genoma humano agora pode ser sequenciado em questão de dias ou até mesmo horas. Antes levava anos para concluir.
Os astrônomos não quiseram esperar. Revelar a interação de três corpos celestiais já era ruim o suficiente. Agora eles alimentam as máquinas com sistemas solares inteiros. As máquinas dão as respostas. Depois, os teóricos explicam o porquê.
Os computadores estão comendo vídeos de gatos. Os gatos não são fluidos. Mas seu movimento inspira a compreensão da mecânica dos fluidos. Máquinas treinadas em vídeos de gatos produzem melhores resultados em mecânica de fluidos.
Por enquanto, a coisa é principalmente para astrônomos. Mas o ChatGPT não se limitou à linguagem. O mesmo acontece aqui. O objetivo é produzir uma experiência generalizável de aprendizado por computador. Inclusive, melhor se adaptar a muitos campos. Pense em advogados litigando. Não é diferente de corpos no espaço. Os argumentos dos advogados se movem de um lado para o outro restritos por um sistema de procedimentos. Para a máquina, ao se tratar dos advogados, as leis ocuparam o lugar da gravidade dos astrónomos.
Cientistas treinados no sistema antigo casaram com seu campo. Parecem pernetas quando dançando ao ritmo de campos diferentes. Os computadores não se importam com silos. São infiéis por natureza. Sem medo. Sem orgulho, os computadores pulam das estrelas para os gatos e para os tribunais. Apenas os resultados interessam.
O aprendizado das máquinas está transformando computadores rápidos em polímatos. Até mesmo os românticos nostálgicos devem adotar o novo método científico. A ciência está de cabeça para baixo. Dados primeiro, teoria depois. É bagunçado. É rápido. Funciona.
Nós o entendemos? Nós nos importamos? Essa é a questão.