A primeira narrativa, por Alfredo Behrens
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Entre as sombras dançantes de Altamira, as imagens ganham vida como as páginas de um livro que Werner Herzog sonhou filmar. Sabemos, ou acreditamos saber, que há 35.000 anos alguém decidiu contar uma história com bisões e ocre vermelho, quando a arte e a magia eram a mesma coisa.
Os animais em movimento, pintados aproveitando os relevos da rocha, surpreendidos em seu galope eterno pelo tempo que os conservou, nos falam de uma narrativa primordial. Como nos filmes de Herzog sobre a arte rupestre, cada figura na caverna conta uma história diferente, mas todas confluem nesse impulso primordial de comunicar.
A narrativa romântica que construímos em torno dessas pinturas - os primeiros artistas, o nascimento da arte, o despertar da consciência - talvez seja nossa própria ...