Café da manhã, por Luisa Venturini
leer en españolSão sete da manhã e o café sabe-me que nem água em oásis. À medida de cada gole vou construindo as expectativas para o dia, demasiado atordoada ainda para me consentir os atropelos dos pensamentos apressados que fumegam, aflitivamente, da minha agenda. Ainda nem sequer olhei para ela nem tenciono fazê-lo antes do duche e do pequeno-almoço.Como de costume, passeio-me pela casa de chávena na mão, como se precisasse todas as manhãs deste ritual de reconhecimento de território. Espreito pela janela e vejo as primeiras folhas cor de sépia nas árvores em frente. Um melro dá-me os bons dias e eu retribuo com um sorriso. Sem quê nem porquê ocorre-me que tenho de passar pela caixa do Multibanco para levantar dinheiro e pôr gasolina no carro antes de ir para o escritório. A ver se à h...