Primeiro dia no novo emprego. Sala indefinida, com janela voltada para o prédio vizinho, com paredes de tijolos escuros. Na minha sala, há uma cadeira, mesa e computador. Sua tela está vazia, como se ninguém nunca a tivesse usado.
No entanto, quando abri uma gaveta, me deparei com alguns Kit-Kats. Kemosabe! Sinal de vida! Alguém teria se sentado nesta cadeira antes de mim. A sala agora parecia mais viva. Como não fazia ideia do que se esperava de mim, decidi formar uma imagem do meu antecessor com o que havia deixado nas gavetas.
Os Kit-Kats deixados na gaveta seriam uma ração de sobrevivência? Ou será que essa pessoa gostava deles para si. Se gostava deles, os deixou porque fugiu, sem tempo para levá-los consigo? Se em vez disso os Kit-Kats fossem uma ração de sobrevivência, seria um mau sinal, ai teria que trabalhar até tarde, sem alternativas para comer fora daquela sala.
Resolvi vasculhar em outras gavetas e apareceu um cortador de unhas, sem lima, meu antecessor seria um homem? Mais atrás, naquela gaveta, encontrei uma fotografia rasgada descuidadamente, como uma mulher com raiva o teria feito. O que se salvou na fotografia era a imagem de um homem. Será que ela rasgou com raiva a imagem da mulher na foto?
Talvez aquele pedaço de fotografia não fosse da mesma pessoa que os Kit-Kats, ou o cortador de unhas.
Embora eu tivesse mais três gavetas para abrir, meu chefe ligou e eu tive que parar minha investigação.
Enquanto andava para a sala do meu chefe eu me perguntava para onde as pessoas iam quando saíam de cena?