
Un encuentro en Mónaco, 2007
Quando se abre a porta do estacionamento em direção à cidade, o espanto é inevitável.
Isto é real? É um parque de Disney World ou uma foto bem retocada?
Como as flores muito perfeitas parecem artificiais, Mônaco parece uma cidade de plástico.
Não há nada fora do lugar, ou sujo, ou feio; digo: pobre – porque a pobreza é feia.
Ferraris e Maseratis se enfileiram na porta do Cassino, que por sua suntuosidade majestosa seduz os frequentadores às apostas.
-Vamos, tente, dê- se esta chance, eu posso ser sua! Dizem em coro as 2 Ferraris vermelhas em frente à porta do Cassino.
Mas para entrar, as mulheres precisam usar vestido e os homens, terno e gravata. Afinal, você pode se tornar um milionário e é assim que um milionário se veste. Ou fique de fora.
Eu fui barrada. Calça Jeans e tênis…nem pensar. O porteiro-segurança nem pronuncia o “não”, só balança a cabeça em repreensão e olha pra baixo com desprezo. Portanto, sobra o restaurante ou o café.
Jantamos no Café de Paris (mais barato que o restaurante, mas mesmo assim exorbitante). Sentamos na belle époque e tomamos um côte de provence.
Alguns minutos depois o olhar até se rende à plasticidade e a alma sossega com o vinho.
Só no final do jantar é que encontro uma centelha de vida neste cenário de plástico. Ali onde bilhões correm pelo caixa do principado, descubro que existe vida sim, e aflora por todos os cantos – são loiras, ruivas, negras, com saltos altíssimos e saias curtíssimas: As putas são reais!

Nasceu em Alexandria, Egito, é psicóloga de formação e mestre em administração de empresas.
Vidreira por profissão, confessa que: “…tenho na arte o pedaço ímpar do meu corpo. Já o pintei, dancei, soprei, escrevi-o. É nas palavras que ele encontra seu par menos fiel e mais pródigo”