Não é muito difícil identificar um uruguaio no exterior. Um ser humano visto acompanhado de uma garrafa térmica e de uma cuia de mate, tomando chimarrão, tem enormes chances de ser filho do “paisito”, seja por estas bandas ou pelas antípodas! E toda cuia tem sua história, “comprei esta na feira”; “minha cuia me dá sorte nos jogos”; “a comprei de um camelô da Av. 18 de julho, no dia em que o homem chegou à Lua ”,“ o meu mate é como o meu cão, segue-me para todo o lado ”, etc., e por aí vai. Para quem o aprecia, o hábito de “matear” é muito peculiar: não tem classe social, não tem clube de futebol ou partido político, e não há companhia melhor para os momentos de solidão.
Seu último clube foi o pequeno Sudamérica, o “Buzón” de Montevidéu
Mas há uma cuia que me chamou a atenção esses dias quando ouvi a notícia. É a do Sebastián Abreu, “El Loco”. Possui 31 pequenos escudos incrustados. Correspondem aos 31 clubes que ele defendeu ao longo da sua carreira futebolística. Nascido há 44 anos em Minas, no interior do Uruguai, Abreu detém o recorde do Guinness como o atleta que atuou em mais times diferentes do que qualquer outro profissional na história do futebol mundial. E pela sua extensa carreira, que terminou nestes dias, o fez lembrar que ele era até então, o único jogador ativo, a ter enfrentado o Maradona em uma partida oficial.
Abreu será sempre lembrado quando marcou um gol de pênalti com abusada “cavadinha” contra Ghana, e classificando o Uruguai para a semifinal da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
Seu último clube foi o pequeno Sudamérica, o “Buzón” de Montevidéu.
Roberto Managau, uruguaio, reside em São Paulo desde 1982.
Dirige um espaço de arte uruguaia e é apaixonado por futebol.