Gente que Cuenta

As damas da FEB – Roberto Managau

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Fonte: Portal da Força Expedicionária Brasileira
O Corpo de Enfermeiras da FEB designado para servir em um dos vários hospitais americanos. 16º Hospital de Evacuação, Pistóia-Itália. 10/03/45 (Acervo da Associação dos Ex-Combatentes de Brasília).

Muito tem se falado dos esforçados pracinhas que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial, mas pouco se conta das bravas mulheres que contribuíram para ajudar essas tropas. Muitas participaram diretamente e outras foram lembradas de maneira muito peculiar pelos pracinhas.

A FEB que partiu para a Itália naquela época e desembarcou em Nápoles em vários grupos, era composta por 25.334 militares. Destes, 443 caíram em combate até o fim da guerra.

E 67 enfermeiras brasileiras voluntárias, bem-preparadas, integraram o pequeno exército, exercendo a humana profissão num mundo desconhecido, num terreno caótico, predominantemente masculino e ainda militar, porém se impondo com respeito e dedicação nos hospitais de campanha. O desempenho e autoafirmação dessas mulheres numa situação incomum, permitiu depois ampliar os conhecimentos na prática da profissão no Brasil provinciano da época. Uma delas, a Major Elza Canzação, é mais condecorada do Brasil com mais de 200 medalhas, sendo a “Medalha de Campanha”, a mais lembrada.

No coração dos soldados brasileiros na Itália, permanecia a lembrança das mães, das irmãs, das noivas e namoradas, que ficaram ansiosas no Brasil

Mas as mulheres não só fisicamente estavam ali. No coração dos soldados brasileiros na Itália, permanecia a lembrança das mães, das irmãs, das noivas e namoradas, que ficaram ansiosas no Brasil, cujos nomes ficaram estampados nos carros de combate e caminhões de transportes, cuidados com extremo zelo, como … damas ! O Jeep “Liliana” sobrevive ainda num museu no Rio de Janeiro. Tinha o “Macaca” e o “Delourdes”, o “Martinha”, até um “Osvaldinho” e um “Avante” e outros tantos, como aqueles que os Aliados deixavam em algum canto com a chave na ignição, facilmente transportados pelos pracinhas para o acampamento brasileiro, onde pintava-se prontamente na lataria, o Cruzeiro do Sul e a palavra Brasil ! Mas isso é uma outra história.

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Roberto Managau, uruguaio, reside em São Paulo desde 1982.
Dirige um espaço de arte uruguaia e é apaixonado por futebol,  guerras mundiais e outras curiosidades da história.
rj.managau@gmail.com

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