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133a

Sem terra á vista, por Fernando Carmino Marques
133a, Fernando Carmino Marques

Sem terra á vista, por Fernando Carmino Marques

leer en español       Há seis dias que navegávamos sem terra à vista. Lançando-nos de um lado para o outro o mar parecia querer engolir tudo o que nele havia. Com a noite acalmou e apesar do frio que me envolvia os pés adormeci. Ao primeiro raio do sol do sétimo dia avistei um pequeno ilhéu, pronúncio da ilha que o Aurora Infinita prometia a quem nele tinha embarcado. Pelo convés já o rebuliço ia alto, quando o capitão mandou baixar a ancora. Encostado à amurada, onde todos ansiavam pelo que não viam, reparei que a canoa tinha sido lançada ao mar sem por mim esperar. Na ilusão de encontrar na ilha alguma coisa que valesse o mergulho, saltei, sem saber nadar. À distância, arreganhando os dentes, barracudas e tubarões ignoravam-me. Só o peixe miúdo, irritante e sem ideal, frustrado pelos ...