O túmulo está vazio, o estranho disse.
Os homens se entreolharam.
O túmulo está vazio, insistiu o estranho.
Os homens se entreolharam de novo e um deles piscou o olho esquerdo para os demais esboçando um sorriso. Lograram êxito. Fora preciso fé, fora preciso mais que fé. Roubaram o corpo de noite. A mulher ludibriou o vigia – astúcias do antigo ofício. Agora o sepulcro estava vazio. Ele ressuscitou, pensariam todos.
O estranho se ofereceu a levá-los. É preciso que vejam, ele disse.
Os homens o seguiram, a mulher ficou.
O caminho não era aquele, os homens se entreolharam espantados, o caminho levava à derradeira cova.
Vazia, o outro apontou. Ao lado a pedra retirada, no chão, um resto de linho.
Os homens mais uma vez se entreolharam e aturdidos se voltaram para o estranho, e o estranho não mais se encontrava entre eles.
No seu lugar havia uma pomba. Uma inquieta pomba branca.