Gente que Cuenta

A honra é para sempre – Roberto Managau

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Abdón Porte, jugador uruguayo del Club Nacional de Football durante la década de 1910.

 

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Era 1918, último ano da 1ª Grande Guerra e longe desse palco trágico, o Uruguai não havia completado seus primeiros e turbulentos 100 anos de vida pública, mas se orgulhava de sua jovem história. A herança beligerante da pátria espanhola estava imersa no temperamento nativo, e a honra desempenhava seu papel.

Voltemos então ao Parque Central e ao Club Nacional de Football, mencionados no tópico anterior. Abdón Porte, foi um jogador dedicado daquele clube, disputando mais de 200 partidas em quase 8 anos, um fiel representante da famosa “garra charrúa”, forte e combativo. Chegou a ser campeão pela seleção no Sul-americano de 1917, atual Copa América. Porém, apesar dos seus 25 anos e como titular absoluto e ídolo da torcida, seu jogo começou a declinar, algumas lesões, fase ruim, nada dava certo. Os aplausos transformaram-se em vaias. E como nada é para sempre, algumas mudanças foram chegando no plantel e o surgimento de um jovem e promissor talento, fariam Porte ir definitivamente (ou não …) para a reserva da equipe. Tal expectativa não seria tão bem assimilada. Sua veneração pelas cores do clube, superava qualquer compreensão. Numa madrugada de março, caminhou até o centro do campo do estádio que ele amava e disparou-se um tiro de revólver no coração. Ele deixou 2 cartas, e uma delas disse:

Nacional, ainda que em pó convertido

E em pó sempre amante,

Não esquecerei um instante,

O quanto eu te amei.

Adeus para sempre

Roberto Managau, uruguaio, reside em São Paulo desde 1982.

Dirige um espaço de arte uruguaia e é apaixonado por futebol.

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rj.managau@gmail.com

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