Eles eram dois irmãos, o mais novo tinha cerca de oito anos e o outro cerca de doze. O pai comprou para eles uma garrafa média de Coca-Cola para eles compartilharem. O mais velho distraiu-se e quando voltou para a garrafa encontrou-a vazia. “A questão é”, explicou rapidamente o menor, “minha metade estava abaixo da sua, então para beber a minha metade eu tive que beber a sua primeiro.”
Enfurecido com a maldade do irmão, o mais velho recorreu ao pai para arbitrar a disputa, mas este não pôde conter o riso e não impôs justiça. Não só isso, o pai não comprou outra garrafa. Em outras palavras, o mais velho ficou sem nada.
Os anos se passaram e o mais novo tornou-se artista, o mais velho tornou-se professor universitário. Ou seja, seguiram os caminhos mais comuns para cada um: primogênito seria o responsável, aquele que dita as regras e inclusive decide quem passa de ano. O mais jovem seria o revolucionário.
Olhando para trás, e sem aprofundar muito na psicologia, o futuro de cada um daqueles irmãos já poderia ter sido vislumbrado nas duas posições em torno daquela garrafa.
Quantos sinais desse tipo são ignorados pelos pais na hora de educar seus filhos? Alguns anos mais tarde o mesmo pai quis, por A + B, guiar o filho mais novo na eira da universidade. Mas não havia jeito, o menor seguiria seu caminho, seguro de quem pega todo o refrigerante faz o que quer.