Uma cabeça é tudo,
por Alfredo Behrens

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       Medimos o tempo de forma sexagesimal. É por isso que dividimos o círculo do relógio em múltiplos de 60: 60 segundos em um minuto, 60 minutos em uma hora, mas 24 horas em um dia. Embora eu não saiba o motivo desse 24, o fato é que, se quiséssemos comemorar o número 150 no sistema sexagesimal, o faríamos como 2,30.

Os antigos sumérios e babilônios, que se especializaram nessa base numérica, provavelmente achariam esse 2,30 fascinante. Para nós, no entanto, 150 soa muito mais grandioso porque vivemos em uma cultura decimal, em que marcos como 10, 100 ou 150 são naturalmente mais significativos.

Mas, como sempre acontece, nós nos adaptamos a qualquer sistema. Por exemplo, no Panamá, as distâncias são medidas em quilômetros, mas eles recebem veículos dos Estados Unidos com odómetros em milhas e bombas de gasolina em galões. O desafio surge quando se tenta converter o consumo do carro em galões por quilômetro, assim como quando se tenta calcular se há gasolina suficiente no tanque para chegar a um lugar a uma certa distância em quilômetros. Pode parecer trivial, mas até mesmo a NASA perdeu um satélite em Marte em 1998 por menos do que isso.

Na busca pela medição, há sempre uma intenção, mesmo que seja apenas a de alcançar algo distante como Marte. Um humorista brasileiro, ao iniciar uma série de livros com suas histórias, decidiu numerar o primeiro volume como o número 2, pois achava que uma série que começasse com o número 1 correria um sério risco de não chegar ao segundo.

E, no entanto, a Atril.press, que começou com o número 1, agora chega ao número 150, e embora para os sumérios, egípcios, babilônios e gregos o número 150 fosse apenas 2,3, sabemos que 150 é muito mais do que isso e merece ser comemorado com alegria.

Portanto, vamos comemorar a 150ª edição da Atril.press, que nasceu da brilhante ideia de Luli, que, como em uma start-up, lutou para dar forma a ela, reuniu colaboradores e já produziu 150 edições maravilhosas.

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