Por uma cabeça,
por Alfredo Behrens
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Após uma longa ausência retornei à cidade. As ruas eram as mesmas, a poluição visual era maior. Por toda a parte havia fios eletricidade, internet dependurados de postes nas esquinas. Havia inclusive fios de telefone que sobraram de outra época. Como que agarrado da última tabua que sobrou do naufrágio, me lancei dentro do meu bar preferido. Estava tudo mais raído, mas os atendentes pareciam os mesmos, embora mais velhos e mais gordos, todos. Ao me aproximar do mostrador para pedir minha cerveja favorita deparei-me com o olhar vazio do garçon que me atendeu por mais de um lustro. Nunca tinha sido muito criativo nas suas piadas, mas tal vez agora apenas quisesse me ignorar praticando algum jogo recentemente aprendido. Entrei na dele e pedi a cerveja que anos antes nem ...