Durante a Segunda Guerra, muitas anotações eram feitas pelas tripulações de aeronaves militares durante os inúmeros voos realizados naquela época. Como as cabines não eram pressurizadas, o frio era insuportável e a tinta nas canetas até congelava.
Os jovens com mais de 70 anos devem se lembrar do lápis-tinta, aquele que se molhava na língua deixando-a roxa, mas com o percurso dos voos, e com o chocalho dos aviões em ação, as pontas dos lápis quebravam.
Para resolver esse problema, estava o húngaro Lászlo Biró, de profissão jornalista, que emigrou para a Argentina no início da guerra, mas não antes de patentear sua invenção em Paris em 1939. Acostumado a escrever e desencantado com canetas de tinta, Biró desembrulhou a esferográfica, bolígrafo ou “birome”, como é conhecida no Uruguai, Argentina e algum outro país do Cone Sul: um pequeno tubo com uma tinta especial, uma ponta de metal na extremidade com um minúsculo orifício onde uma bolinha distribuía a tinta uniformemente, durante o traço no papel. E assim surgiu a chamada “birome”, formada a partir das sílabas de seu sobrenome e de seu parceiro, Juan Meyne.
Nos anos seguintes, com a autorização e licença da Biró, o francês Marcel Bich introduziu a caneta nos Estados Unidos, aprimorando o modelo original argentino e assim nasceu a caneta Bic, barata, simples e descartável, das marcas mais conhecidas no mundo e fabricada desde então aos milhões.
Biró não parou por, aí e também inventou a máquina de lavar automática, o sistema de botão retrátil para canetas, a caixa de câmbio automática para carros, entre outras coisas. O incrível inventor faleceu em Buenos Aires em 1985.
Roberto Managau, uruguaio, reside em São Paulo desde 1982.
Dirige um espaço de arte uruguaia e é apaixonado por futebol, guerras mundiais e outras curiosidades da história.
rj.managau@gmail.com