Prometo, por Fernando Carmino Marques
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Olho e fico emocionado. É bom senti-lo à minha disposição, esperando que eu estenda o braço e o agarre, quase sempre sem olhar para ele, sem a mínima consideração. Mas hoje tenho a sensação de ter aberto os olhos para o que me rodeia, ter enfim perdido o medo de ver. De estar inteiramente em cada instante, sem pensar no instante que virá depois, talvez para nunca estar em momento algum.
De agora em diante prometo respeitá-lo. Prometo procurar a maneira exata de descrever o que ele para mim representa, encontrar as palavras que o façam sentir útil entre tanta coisa inútil. Dizer sem receio que sem ele há dias que não ousaria sair de casa e como a sua presença é indispensável, protetora, saudável até. É bom espreitar o céu ameaçador e saber que posso contar com ele. ...