O absurdo já não é o que era,
por Fernando Carmino Marques
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Há números que me dão arrepios e como era dia 7 preferi deixar para a manhã seguinte o que a mim mesmo tinha prometido (ainda bem que o mim-mesmo raramente se queixa das minhas promessas). Garanto: se não fosse dia 7 tinha finalmente escrito aquela carta que há muito ando para enviar. Sim, uma carta, uma daquelas cartas registradas, com aviso de recepção, que o carteiro entrega, quando ninguém espera. Já desisti de mandar emails porque regressam todos com a mesma indicação “email não reconhecido”. Sim, desta vez iria aconchegar uma a uma todas as palavras que dão cor às minhas ideias tais como são, e não como certos especialistas que desafiam a nossa paciência com palavras dissimuladas ou pintores de telas abstratas que nos deixam desconfiados, cara de idiota pasmada...